O Sentimento Religioso


"Ó Deus, tu és o meu Deus forte, eu te busco ansiosamente;
a minha alma tem sêde de ti; meu corpo de almeja,
numa terra árida, exausta, sem água".
Salmo 63.1.

Na entrada de um novo dia é natural que os nossos pensamentos subam a Deus. Muito salutar é a prática da "Hora Tranquila", que é certo tempo consagrado, cada manhã, a exercícios devocionai, para dar lugar a que a alma voe para as alturas, antes que emploguem as preocupações secundárias da vida.

Criado à imagem e semelhança de Deus, é natural no homem essa aspiração e o esforço correspondente para realizá-la. O fenômeno das religiões, no tempo e no espaço, o demonstra. Devido, porém, ao estado decaído da raça e aos pecados individuais, o sentimento religioso é mais ou menos forte conforme o estado espiritual em que nos achamos.

Quem nunca bebeu da "água da vida", só pode ter sêde de Deus como quem deseja ver um país desconhecido de que tem ótimas notícias. Os que já são crentes, porém, desejam a Deus na medida das suas experiências religiosas; se estão no gôzo da comunhão com o Senhor, a sua aspiração é crescer nesse gôzo; se, porém, devido a algum pecado, perdem, temporariamente, essa felicidade, a sua sêde é, naturalmente, voltar a gozá-la, como o cidadão que deseja rever a pátria de que está ausente e de que tem vivas saudades.

Da natureza e graus diferentes podem, pois, ser as nossas aspirações para Deus. Avivá-las cada manhã, como o salmista, e buscar a sua realização é o que ensina a Palavra de Deus e o que nos incumbe fazer se quisermos o gôzo presente e eterno da comunhão com o Pai celeste.

Oração:
Ó Deus, não permitas que se enfraqueçam e muito menos que morram as minhas aspirações de vida e comunhão contigo; dá-me cada vez mais sêde de ti, à medida que verifico que estou numa "terra árida, exausta, sem água". Pelo amor de Jesus. Amém.

Pastor: Alfredo Borges Teixeira.
Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.

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