O Princípio do Pecado



Leitura: Gênesis 3 e Romanos 5.12.
Disse Pascal que duas coisas nos impressionam quando consideramos o homem: a sua grandeza e a sua miséria. Em outras palavras: há diferença entre o homem idealizado, que é perfeito, e o homem real que é uma contradição de grandeza e miséria.

O homem terá sido sempre assim?
A Bíblia diz que não. A Bíblia diz que Deus fez o homem era bom, justo e feliz. Depois, se corrompeu. O Homem era bom mas caiu e se degradou.

Quando e como caiu?
O livro das origens tem um capítulo dedicado a esse tenebroso acontecimento que transformou completamente a felicidade do homem e os seus destinos na terra. O livro das origens não vai desvendar o segredo da origem do mal; vai apenas contar como foi que o homem principiou a ser pecador.

A Tentação
O tentador disfarçou-se sob as aparências de uma criatura que, segundo diz a narrativa, era astuta. Revestido desse disfarce, o tentador procedeu com o seguinte método:
     a) Fez a mulher pensar naquilo que Deus tinha proibido. O pensamento nas coisas que uma pessoa não tem e não pode ter, aguça o desejo de possuí-la. Mas nada aguça tanto o desejo como pensar numa coisa proibida. Primeiro passo da tentação é fazer pensar em coisas proibidas.
     b) Confundir a verdade com o erro, o bem com o mal.
     c) Exagerou, de um lado, as prerrogativas do homem e, de outro, a severidade de Deus, dando a entender que Deus sonegava de suas criaturas aquilo que lhes deveria conceder.
     d) Procurou, astutamente, introduzir o assunto da tentação aparentando ignorar os termos da proibição. Negou a veracidade de Deus - "não morrereis".

É impressionante a marcha da tentação no espírito do homem. Uma ideia, uma impressão agradável, uma imagem deleitosa, um desejo intenso, e um desfecho trágico.
O tentador não obriga; sugere o ato, valoriza, embeleza o objeto da tentação. O resto fica por conta do pecador. O diabo deixa a semente na terra e vai embora.

O Ato Pecaminoso
O ato de comer aquele fruto não era, talvez, em si mesmo pecaminoso, o pecado foi a desobediência. Quando o homem e a mulher comeram o fruto da árvore da ciência do bem e do mal, já tinham pecado. O simples fato de pôr em dúvida a veracidade de Deus e, de deliberar sobre as vantagens de comer aquele fruto, já era pecado.

Quando e como se estabeleceu o pecado no coração?
No momento em que a mulher estabeleceu como norma e princípio da sua conduta a sua própria vontade em vez da vontade de Deus. Em outras palavras: o pecado começou exatamente no momento em que a mulher resolveu verificar se seria mais vantajoso comer o fruto do que obedecer à ordem de Deus. Ainda que não praticasse a desobediência, já tinha do que se arrepender.

Resultados Definitivos do Pecado
A experiência já ensinou que os atos morais do homem modificam o seu caráter. Cometida a desobediência, o homem já não era o mesmo.
1) Foi a perversão da sua natureza:
       a) Aparecimento da malícia (Gn 3.7).
       b) Diminuição do afeto (Gn 3.12).
       c) Revolta contra Deus (Gn 3.12).
       d) Perda do bom senso, porque se escondeu de Deus (Gn 3.8).
2) Veio a destruição da felicidade:
       a) Sentia-se envergonhado, atribuindo à nudez o que tinha causa no sentimento de culpa.
       b) Atemorizou-se com aquilo que antes causava grande alegria, isto é, a presença de Deus.
       c) Foi lançado para fora do jardim.
3) Veio a degradação lamentável.
       O trabalho que, até ali, tinha sido um traço de nobreza do homem e de sua semelhança com Deus, tomou a forma de uma sujeição detestável, porque o homempassou a depender dêle para satisfazer o seu estômago.

Finalmente o homem perdeu o acesso à fonte da vida perene e começou o pavoroso reinado da morte.
Nessa narrativa não há romance, nada de imaginativo, mas o realismo cru com que a revelação divina apresenta ao homem a tragédia da sua queda e o começoda sua miséria moral.

Pastor: José Borges dos Santos Júnior.

Nenhum comentário: