Deus na Natureza



"Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos".
Salmo 19.1.

Tendo Deus posto no coração do homem o desejo de o conhecer, deu-lhe meios para isso. Nas obras da natureza, de modo geral, e na história de Israel, com especialidade, deu-nos livros em que podemos aprender, a seu respeito, tudo o que é necessário para o nosso bem presente e eterno. Dêsses livros, o mais importante, como veremos noutra meditação, é a Bíblia, que registra o que Deus revelou de sua pessoa e caráter ao referido povo, para isso escolhido.

O ensino mediante a natureza, embora geral e imcompleto, é digno de toda a atenção, não só porque é uma introdução necessária ao da Bíblia, mas porque é ele mesmo tão importante que, só por si, deixa o homem sem desculpas, no entender do apostolo Paulo: "...porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas." (Rm 1-19-20).

Como qualquer obra de arte nos dá a conhecer a inteligência, cultura e gosto do seu autor desconhecido, assim, as maravilhas da Criação põem perante nossa mente alguns atributos excelsos da divindade invisível. É o que sentia o salmista quando cantava: "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos".

Para todo efeito é necessária uma causa correspondente e adequada. A grandeza imensurável do universo, a quantidade e variedade quase infinita das coisas que o compõem, e o ajustamento das suas partes para a formação harmônica do todo, revelam poder e inteligência infinitas em seu autor.

Podemos também induzir que ele tem vontade, porque deliberou criar. E onde há inteligência, vontade e poder, há, sem dúvida, uma pessoa poderosa. E assim, cada obra da criação, pequena ou grande, e especialmente o mistério da vida nas plantas, nos animais e no homem, deve levar a todos e, em particular, ao crente, à adoração do seu glorioso autor.

É o que sentia o poeta português que, contemplando o firmamaneto, dobrou o joelhos dizendo: "Glória a Deus! Eis aberto o livro imenso, o livro do infinito, onde em mil letras de fulgor intenso Seu nome adoro escrito".

Oração:
Ó Deus, dá-me olhos para ver-te nas obras da natureza e graça para adorar-te nesse altar imenso que tu mesmo preparaste. Amém.

Pastor Alfredo Borges Teixeira.
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.

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