A Vontade no Culto




Rogo-vos pois irmãos pelas misericórdias de Deus
que apresenteis o vossos corpos por sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional
Romanos 12.1. 


Tanto como a inteligência, a vontade, que é também elemento essencial da personalidade humana, não pode estar ausente em nossos atos de culto. O texto paulino acima citado é claro nesse sentido. Supondo no leitor a fé que ensinou na parte doutrinária da epístola, e passsando à aplicação dessa fé na vida prática, o apóstolo o exorta a consagrar-se a Deus inteiramente.

Afora os sacrifícios para expiação de pecados, havia no culto judaico outros que significavam a gratidão ou devotamento do adorador perdoado a Jeová. Aludindo a esta parte daquele culto, Paulo apela para igual devotamento do cristão que, salvo pela graça de Deus no sacrifício de Seu Filho, deve também apresentar seu corpo ao Senhor.

Apresentar o corpo na expressão do apóstolo, significa, sem dúvida, o devotamento de toda a personalidade, porque não é possível consagrar deliberadamente o corpo sem o espírito que é quem delibera, assim como a deliberação não pode ser feita sem o corpo que é órgão do espírito.

Essa consagração plena depende pois de um ato de vontade a que todo o crente é moralmente obrigado. Não pode o homem, é certo, por um movimento próprio da sua vontade e sem a graça de Deus operar a sua regeneração ou novo nascimento, mas, uma vez nesse estado, está em condições de fazer o referido ato de se pôr no altar de Deus como uma hóstia viva.

Todavia poucos são os crentes que cumprem plenamente esse dever: a maioria só em parte o satisfaz. Essa consagração imcompleta significa não só vontade fraca para cumprir o dever, mas também pouca aplicação da inteligência para compreender os deveres dos remidos (2Co 5.15).

Da compreensão deste dever e de sua maior ou menor realização depende a qualidade ou valor de nosso culto. Os verdadeiros adoradores são os que adoram em espírito, isto é, os que inteligente e voluntariamente, em cada ato de culto, se colocam no altar de Deus como sacrifício vivo.

Oração:
"Ó Deus, perdoa o meu fraquíssimo devotamento a ti e fortalece-me a vontade para que possa, não só nos atos de culto mas na vida ordinária, portar-me como convém aos teus redimidos. Amém.



Pastor Alfredo Borges Teixeira.
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.

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