"Senhor, aumenta-nos a fé"
Lucas 17.5.
Sentindo a necessidade de mais poder para cumprir os seus deveres, os apóstolos pediram ao Senhor que lhes aumentasse a fé. Certos de que Deus fará sempre a sua parte parea atender a todo o que faz sinceramente esta súplica, vejamos o que toca ao homem fazer por sua vez.
Assim como o amor, a fé não nasce nem cresce por um ato deliberado da vontade. Ela surge entretanto espontânea e infalivelmente sempre que se realizam as condições para isso. Não podemos confiar na honestidade de uma pessoa cuja vida desconhecemos. Quando, porém, esse conhecimento é adquirido, e nos convencemos da excelência do seu caráter, a confiança se impõe. Necessária em todas as relações particulares e sociais do homem, a fé é um dom natural que não só nasce mas cresce com o conhecimento.
A fé religiosa difere dessa fé natural somente pelo fato de que os seus objetos são invisíveis e o conhecimento deles é adquirido mais por intuição do que pela inteligência.
A existência de Deus, as suas perfeições e a imortalidade da alma são, por exemplo, verdades intuitivas e, por isso, cridas por todos os homens, com raras exceções. As verdades do cristianismo porém, embora intuitivas em grande parte, contém importantes elementos que dependem da inteligência para serem conhecidos. Neste terreno, isto é, no estudo e meditação das Escrituras Sagradas, podemos pela inteligência aumentar o conhecimento das verdades que fazem crescer a fé.
A ação da vontade também, ou a obediência e encorporação dessas verdades em nossa experiência religiosa, é outro meio que completa o anteriormente indicado. Finalmente, a comunhão espiritual com Deus pela oração particular e a que podemos ter com Deus e com os irmãos na fé, pela participação dos sacramentos e dos cultos públicos são outro meio ao nosso dispor, que completa os dois antecedentes.
Feita assim a nossa parte para estabelecer as condições do crescimento da fé, fará o Senhor infalivelmente a sua, dando-nos por seu Espírito a certeza do seu perdão, da sua graça santificadora, do seu amor e habitação em nós.
Oração:
"Ó Deus, tu disseste: 'Abre bem a tua boca que eu ta encherei'. Abençoa os meus imperfeitos esforços para ter mais fé e cumpre a tua promessa de encher a boca das minhas aspirações espirituais, aumentando-me a fé para que eu possa receber amplamente o Pão da vida. Amém.
Pastor Alfredo Borges Teixeira.
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.
Nenhum comentário:
Postar um comentário