O Sentimento no Culto




"Amarás, pois, o senhor teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força".
Marcos 12.30.


O texto acima, colocando o amor a Deus como o primeiro dos mandamentos, deixa evidente que a parte afetiva da nossa alma ocupa o primeiro lugar nas questões religiosas.

Separados do sentimento, a inteligência e a vontade que, como vimos, desempenham papel essencial no culto, produziriam uma religião sem vida. Aquelas faculdades podem formar o tronco e galhos da árvore mas o sentimento é a seiva que lhe dá folhas, flôres e frutos.
A contemplação do universo de que somos parte, dá-nos o sentimentomdemque denpendemos inteiramente do Ser misterioso, onipotente e infinito que nos criou.

Em seguida, quando se passa das luzes da natureza para as do cristianismo, novos e mais profundos sentimentos sentimentos se apoderaram da alma humana. O amor do Deus que deu seu Filho ao mundo e o amor do Filho que, no dizer do apóstolo, "sendo em forma de Deus e igual a Deus, esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo e humilhando-se até a morte e morte de cruz para salvar os pecadores", despertam no crente, gratidão sem limites. É o que sentia Paulo quando escreveu: "O amor de Cristo nos constrange", confessando que, tendo sido objeto de tal amor, agora não podia mais viver senão para o Salvador.

Afora, porém, a gratidão, o sentimento religioso contém um elemento mais alto que é o amor para com Deus.

Assim, todos os atos de culto que em todos os tempos e lugares têm sido prestados a Deus são verdadeiros e aceitáveis na medida em que são inspirados pelo amor. Os verdadeiros adoradores adoram a Deus "em espírito", e o amor, como expressão mais alta dos nossos sentimentos, é um dos elementos constutivos do nosso espírito. Nasce ele espontaneamente do convívio com pessoas cujas qualidades são capazes de o provocar. A comunhão com o Pai celeste mediante Jesus, o Salvador, é a mais apta possível para esse fim, Cultivá-la é do nosso maior interesse e dever.


Oração:
"Ó Deus, confesso que o meu amor não corresponde ao teu nem mesmo nas possibilidades finitas do coração humano. Perdoa-me, Senhor, a minha insensibilidade e dá-me a graça de amar-te de todo o coração, alma, força e entendimento. Pelo amor de Jesus. Amém."


Pastor Alfredo Borges Teixeira.
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.

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