"E não há criatura que não seja manifesta na sua presença;
pelo contrário, toda as cousas estão descobertas e patentes
aos olhos daquele a quem temos de prestar contas"
Hebreus 4.13
Ensinam as Sagradas Escrituras que Deus é onisciente ou tem perfeito conhecimento de todas as suas criaturas. A existência, a história e os atos de cada uma delas, bem como os pensamentos ainda não expressos e as intenções secretas dos corações, estão sempre diante da mente infinita. Esse conhecimento diz respeito não só ao presente e passadomas também ao futuro, de modo que nenhum acontecimento o pode surpreender.
Os atos futuros dos seres racionais, sendo assim preconhecidos, deviam ficar mecânicos ou sem liberdade. Todavia não só a consciência mas também as Escrituras afirmam fortemente essa liberdade sem a qual o homem não seria homem, tanto como Deus não seria Deus se não fosse onisciente.
A compreensão dessas verdades, aparentemente antagônicas, escapa à nossa inteligência finita. "Tal ciência", diz o salmista, "é para mim maravilhosíssima e tão alta que não o posso atingir. Para onde me ausentarei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face?" (Sl 139.6-7). Trata-se de um mistério, mas no terreno da religião prática imensa é a importância dessa verdade.
É assim que a certeza de que Deus conhece toda a nossa vida e o nosso caráter cria e desenvolve em nós o temor, a admiração e a reverência que são a alma do verdadeiro culto.
Também a crença que "todas as cousas estão descobertas e patentes" aos olhos daquele com quem tratamos, ajuda-nos a vencer as tentações e promove a santificação.
É um consolo sabermos que a piedade verdadeira, embora tão fraca que seja imperceptível aos homens, é conhecida e aceita por aquele "que não apaga a torcida que fumega"; esse fato anima a fé e acende o facho da esperança. Finalmente, em todos os perigos e necessidades tanto materiais como religiosos temos a certeza de proteção e socorro porque Deus tudo sabe e nos ama.
Ortação:
"Ó Deus, diante de cujo olhar santíssimo e onisciente eu estou constantemente, dá-me a graça de evitar tudo o que possa entristecer esse olhar amoroso e habilíta-me a crescer em santidade, para que um dia possa ver-te como agora sou visto e conhecido por ti. Pelo amor do Senhor Jesus Cristo. Amém.
Pastor Alfredo Borges Teixeira.
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.
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