Bem-aventurados os pacificadores
porque serão chamados filhos de Deus.
Mateus 5.9.
Contrastando outra vez a sua missão com a que os judeus atribuiam ao Messias, Jesus, como Príncipe da Paz declara que, em vez de guerreiros, para combater o Império Romano, os súditos do seu Reino seriam homens de paz e pacificadores. De dois modos se manifesta essa face do caráter cristão, afirmada por Jesus nesta bem-aventurança.
Os cristãos são pacificadores, primeiramente, porque é sua missão precípua reconciliar os pecadores com Deus pela pregação do evangelho. Os que ouvem a sua mensagem alcançam, pela fé, a justificação de seus pecados e a consequente paz com Deus e paz de consciência. Também exercem a função de pacificadores quando, na comunidade cristã, têm a oportunidade de reconciliar irmãos desavindos ou mesmo inimizados, como infelizmente acontece muitas vezes, em razão das fraquezas a que ainda estamos sujeitos aqui. Os crentes que se acham nesse estado perdem, temporariamente, a qualidade de pacíficos e pacificadores que Jesus deu como parte essencial do caráter cristão. Essa qualidade deverá ser-lhes lembrada por algum dos irmãos - tarefa esta difícil, por vezes, ingrata, mas necessária; dela dependerá muitas vezes a harmonia, e é desempenhando-a que o cristão mostrará que possue realmente as qualidades de pacificador.
A bem-aventurança ligada a esta virtude é a de ser a pessoa chamada "filho de Deus". Nenhum título nobiliárquico dos maiores reis da terra é tão honroso como este. É o mesmo que foi dado a Jesus no seu batismo, ficando assim os salvos, de certo modo, equiparados as Salvador. Quem confere o título é o próprio Rei. "A quantos o receberam, deu o direito de serem chamados filhos de Deus" (João 1.12). Além disso, tácita quando não expressamente, o título é t\mbém reconhecido pelos que observam tão simpática atividade, ou são por ela beneficiados.
Oração
Ó Deus, livra-me de pertubar com espírito contencioso a paz de Israel e dá-me a graça de ser pacificador para justificar a honra insigne de ser chamado teu filho. Por amor a Jesus. Amém.
Pastor Alfredo Borges Teixeira.
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.
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