Bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça porque serão fartos.
Mateus 5.6.
De fato, é claro o pensamento de que Deus cumprirá os desejos de quem aspira fazer a Sua vontade. Ser justo ou perfeito é o ideal que Deus tem para os seus filhos e filhas. o pecado é que faz o homem buscar outros fins ou ideais na vida. Quando, porém, ele tem fome e sede de justiça é claro que se encontrará com Deus, que o espera nesse caminho para a satisfazer.
Entretanto, o pensamento de Jesus é paradoxal porque Ele não pronuncia felizes os justos, mas os que têm fome e sede de justiça. Sendo certo que Deus dá bênção a todos que a desejam e não pode matar a fome de quem não tem, Jesus prefere declarar bem-aventurados os famintos antes do que os que estão fartos; porque aqueles serão fartos, com certeza, mas os que não têm fome não o serão. Pode acontecer que alguém, tendo uma ideia errada da justiça, se julgue perfeito, como os fariseus se julgavam, sendo entretanto inteiramente destituídos delas. A pretensa fartura de justiça nestes casos impede a fome que trás a verdadeira justiça.
Ainda mais. Um contentamento que extingue a sede de melhorar não deve haver, mesmo em coisas temporais, e muito menos na esfera moral e espiritual. Precisamos sempre ter fome e sede de alguma coisa melhor, porque essa é a condição do progresso.
Quem apesar de já ter recebido das mãos de Deus o pão para a sua fome de justiça, continua a ter fome, revela não só humildade diante de suas aquisições mas o sincero desejo que tem de se aperfeiçoar. As graças ou bênçãos recebidas aumentam a capacidade para receber outras mais, de modo que novas bênçãos lhe são dadas por Deus, e o ritmo do aperfeiçoamento continua sempre. É esta uma fome que cresce com oo alimento; e este é um alimento que aumenta como ser consumido.
Oração
Ó Senhor Jesus, dá-me a graça de sentir a fome da justiça e ter ardente desejo de saciá-la, para que possa, recebendo o pão da vida que és tu, alcançar a bem-aventurança que cresce sempre, até chegar ao céu. Em nome de Jesus. Amém.
Pastor Alfredo Borges Teixeira
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.
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