Confissão de Pecados

E eram por ele batizados no rio Jordão confessando os seus pecados.

Mateus 3.6.

João Batista exigia das pessoas que queriam tornar-se seus discípulos a confissão dos pecados e o batismo. Como a água lava e limpa o corpo, o batismo era exigido como símbolo de limpeza moral, e a confissão, como prova da sinceridade do arrependimento que realiza aquele estado de pureza.

Note-se porém que João não perdoava os pecados que lhe eram confessado; apenas exigia a confissão, como sinal de que a pessoa estava nas condições morais necessárias para receber o Messias, prestes a chegar. Para obter o perdão de Deus não é mistér que um homem confesse os seus pecados a outro homem. Pode e deve fazê-lo diretamente a Deus. É o próprio Senhor Jesus que nos autoriza a isso, manda-nos orar assim: Pai nosso que estás nos céus[...], perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores[...] Mateus 6.9-13.

Todavia, afora a referida prática do Batista, encontramos na carta de Tiago (5.16), a recomendação para uma confissão entre irmãos: Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros. Além do perdãodos pecados que podemos obter, confessando-os a Deus, sinceramente arrependidos, precisamos também libertar-nos da sua má influência em nossa vida, e para isso é útil a confissão a pessoas capazes de nos auxiliar com sua experiência, simpatia e critério. Tem ela um efeito psicológico semelhante ao do bisturi que fura um tumor, aliviando as dores do paciente e abreviando-lhe a cura. Os médicos psicanalistas conseguem curar, às vezes, instantaneamente, moléstias que zombaram de todos os outros recursos, descobrindoe fazendo o cliente confessar que a doença foi causada ou se liga intimamente a algum segredo vergonhoso da sua vida.

Assim, quando um pecador arrependido tem a felicidade de achar uma pessoa de sua confiença é capaz de ouvir com proveito a sua confissão, isso não só o confirma no arrependimento e resolução de abandonar o pecado, mas o alivia dos sofrimentos morais da sua culpa pela punição que a si mesmo aflige, considerando-a juntamente com o seu amigo e confessor.

Oração:

Ó Deus, rogo-te agraça de te confessar humildemente todos os meus pecados bem como às pessoas a quem eu tenha ofendido ou, às que me possam ajudar a vencê-los. Por amor de Jesus, o adorável Redentor. Amém.

Pastor: Alfredo Borges Teixeira.

Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.