Bem-Aventurança [1]




Bem-aventurados os humildes de espírito
porque deles é o reino dos céus.
Mateus 5.3



Tendo repelido as tentações satânicas de utilizar princípios do mal na fundação do seu reino, Jesus expos, no sermão do monte, as bem-aventuranças ou as qualidades que constituem o caráter dos cidadãos daquele reino.

Em contraste com o espírito orgulhoso e prepotente nascido das riquezas em que se fundam os reinos deste mundo, declara que os pobres de espírito ou humildes são os que têm a bem-aventuranças de entrar no reino dos céus.

O Evangelho de Lucas nos diz: Bem-aventurados vós os pobres, onde o de Mateus diz: humildes de espírito. Não há, porém, discrepância entre eles, porque a palavra "pobres" em Lucas inclui, no grego, a ideia de humildade, que é o sentido dado em Mateus, na frase "humildes de espírito". De fato, a simples pobreza matrerial não poderia construir virtudes capaz de dar admissão à nova era messiânica, porque pobres há que são tão altivos e orgulhosos como os ricos; bem como, entre estes, há "pobres de espíritos" ou humildes.

Estes casos, numa e noutra classe, porém, são raros, porque é natural que sa riquezas produzam o orgulho e o sentimento de suficiência própria que afasta o homem da obediênciae do serviço de Deus; ao passo qu ea pobreza predispõe para a humildade e sentimento de dependência de Deus que constituem a verdadeira religião. Por isso disse Jesus: Aos pobres anuncia-se-lhes o evangelho, porque eles é que estão, em regra, nas melhores condições psíquicas e espirituais para o receber. Da outra classe, porém, disse que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos céus. Isto não quer dizer que a riqueza seja, em si, um pecado que impeça a salvação; mostra que constitui, para alcança-la, um obstáculo tão grande quanto o é a facilidade que a pobreza representa para levar o homem a ela. Confirma-o a história da Igreja, cujos testemunho é, principalmente, recebido por eles.

Esta primeira bem-aventurança, hoje verdade mansa e pacífica, deve ter revolucionado os corações nos dias de Jesus. Para os grandes e ricos, era um escândalo; para os pobres e humildes, a aurora de um novo dia, uma "nova de grande gozo".


Oração
Ó Senhor Deus, o espírito humano, fundamentalmente egoísta, corre sempre o perigo de cair no estado que imoede a entrada no teu reino. Livra-me, ó Pai, desse perigo, e dá-me a bem-aventuraça dos pobres de espírito, pelo amor de Jesus. Amém.



Pastor Alfredo Borges Teixeira.
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.


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