O sal da terra




"Vós sois o sal da terra; ora se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?
Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens".
Mateus 5.13.


Tendo descrito nas bem-aventuranças o caráter cristão e, na última delas, declarado que esse caráter, em sua influência natural, provocaria perseguições, Jesus, em seguida, ilustrou a referida influência com as metáforas do sal e da luz.

A utilidade do sal é dar sabor aos alimentos e impedir que, alguns deles, se corrompam; análogos serviços deve prestar o cristão dentro e fora da igreja.
Dentro da casa de Deus o seu dever é contribuir para tornar saboroso e apetecível o alimento que deve ser oferecido aos pecadores; ou cultivar de tal modo as virtudes cristãs, que possam dar prestígio à pregação oficial do evangelho. Essa ação interna terá também o efeito de impedir que algum irmão fraco se corrompa em seu contato com o mundo.

Fora da Igreja, o papel do cristão, como sal, é colaborar, pelo seu caráter e os que tenha, na oferta do banquete espiritual ao mundo, com o fim de o livrar da corrupção do pecado e matar a fome de justiça dos que tiverem adquirido.

Para exercer sua influência nessas duas esferas, precisa estar sempre em contato com a força criadora do sal, que é Deus, a fim de não perder a sua própria força, esgotando-se. Precisa também manter as necessárias relações com a sociedade. Porque, isolado no gozo egoístico dos seus privilégios cristãos, inutilizará os seus dons: o sal para ser útil tem de estar em contato com o objeto a salgar.

Adverte o Senhor que o sal pode degenerar-se ou perder o seu sabor; quando isso acontece, a pessoa, quem quer que seja, crente ou ministro, perde toda a sua influência ou prestígio diante daqueles a quem pretende salvar: é, como sal insípido, só serve para ser lançado fora e pisado pelos homens. O mundo pode odiar e perseguir os verdadeiros apóstolos, mas respeita-os; aos que se degeneram, porém, e deixam de o ser, ele vota o mais completo desprezo.


Oração
Ó Deus, grande é a responsabilidade dos teus filhos de agirem como sal dentro e fora da Igreja. Livra-nos, Senhor.



Pastor Alfredo Borges Teixeira.
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.

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