A Revelação



"Ninguém jamais viu a Deus:
o Deus unigênito, que está no seio do Pai,
é quem o revelou"
João 1.18.


A transcendência de Deus, relativamente ao mundo, é atribuída nas Escrituras ao Pai, e a imanência, ao Filho e ao Espírito Santo. Declara o texto acima citado que só mediante o Filho é que Deus se faz conhecer. Igual e ainda mais forte afirmação nesse sentido fez o próprio Senhor Jesus quando disse: "Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Lucas 10.22).

O nome de Verbo ou Palavra, que João dá ao Filho, indica também isso, porque, como a palavra manifesta o pensamento oculto na mente do homem, assim a Palavra ou o Verbo de Deus, que é o Filho, revela o caráter e os planos ocultos do Pai.

A criação é a primeira revelação de Deus. O plano eterno que nesse sentido havia na mente divina foi executado quando o Verbo pronunciou o "faça-se" criador e a natureza surgiu para proclamar , em suas maravilhas, a glória de Deus. "No princípio era o Verbo, e oo Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e nada do que foi feito, foi feito sem ele" (João 1.1-3).

A providência com que Deus mantém e governa a criação na execução de seus planos é outra maneira pela qual o Verbo manifesta o Pai, porque diz o apóstolo Paulo: "Ele (o Filho) é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste" (Colossenses 1.17).

A redenção dos pecadores, na qual a misericórdia, a justiça e o amor de Deus são revelados de modo o mais sublime, constitue a mais alta obra realizada pelo Filho na sua função especial no seio da Trindade: "expressar o que o Pai é ou ser a sua imagem" (Hebreus 11.3). Do que fica exposto, resulta que temos na natureza e nas Escrituras a luz que nos é necessária em matéria de religião e moral, porque aí está o ensino do Verbo eterno, cuja autoridade sobre a consciência humana é a única absolta.

Oração:
"Ó Filho eterno de Deus, que falaste não só nas obras da criação e pela boca dos profetas mas também pelos lábios de Jesus em quem te encarnaste misteriosamente, eu te rendo graças pelo teu precioso ensino e te rogo a graça de ouvir a tua voz como a ovelha ouve e atende à do bom pastor. Amém".


Pastor Alfredo Borges Teixeira.
Livro: Meditações Cristãs, 2ª edição, 1967.

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