Filha do Céu

Eis um pouco da nossa história ao longo das gerações.
Eis um momento de gratidão ao Senhor...

“Grandes coisas fez o Senhor por nós,
por isso, estamos alegres”.
Salmo 126.1

Na Fazenda Harmonia, aos 14 dias de abril, outono de 1913, o lar de Augusto Bueno da Fonseca e Ercília Bueno encontra-se em festa, pois nasceu uma menininha que recebe o nome de Celina, que significa “filha do céu”. Nome apropriado para uma família que, apesar de muito simples, respira paz...
A menininha Celina ainda com 3 meses de idade fica enferma com sarampo, coqueluche e catapora, doenças que na época dispensavam todo o cuidado, trazendo muita angústia e aflição para seus pais, mas sua mãe Ercília, se prostra diante de Deus e suplica ao Doador e Sustentador da vida, o restabelecimento da saúde de sua filha. Deus ouviu a voz súplice, humilde e confiante... Assim, diante da fidelidade do único Deus que ‘sara todas as enfermidades, que da cova redime a vida, coroa de graça e misericórdia e farta de bens a velhice...’ (Salmo 103.3-5), Celina Bueno de Castro está entre nós hoje, com seus 90 anos de muita vitória, história, louvor e gratidão ao Senhor.



 
As crianças cresceram, precisavam de melhores oportunidades para estudar e aprenderem uma profissão. Almejando novos horizontes para a família, mudaram-se novamente para a cidade de Cachoeiro de Itapemirim, onde abriram uma loja de armarinhos e confecções com o nome de ‘A Soberana’.
Filha amorosa, dedicada, muito amiga e prestativa aos seus irmãos e pais, procurou ajudar financeiramente a família. Para tanto, fazia deliciosos pastéis e vendia-os nos bares da cidade de Muqui – ES, momentos estes que marcaram a sua vida. Um desses momentos foi quando no fritar dos ovos, isto é, dos pastéis, descuidou-se e o fogo alcançou os seus cabelos, proporcionando, graças a Deus, um grande susto somente.
Ainda adolescente, aprendeu com a professora Eugênia, corte e costura, confeccionando lindos e belos vestidos para as mulheres das cidades de Muqui e Mimoso do Sul.
O tempo passa e a primavera da vida chega junto com os seus encantos, e no ano de 1938 o coração bate forte pelo jovem primo Gil Ribeiro de Castro, levando-a a sonhar com seu cônjuge, em formar um lar, uma família que pudessem construir juntos. Apaixonados, alegres e decididos casam-se aos 14 dias de janeiro, verão de 1939, onde o revendo Lobak da igreja metodista realizou o enlace matrimonial dos “pombinhos”.
Mudam-se para a cidade de Cachoeiro de Itapemirim – ES, mas não ficam ali por muito tempo, mudam-se outra vez, e desta vez para a cidade maravilhosa, Rio de Janeiro. Ali a vida não foi fácil, mostrou-se dura e cruel em vários momentos. Além da 2ª Grande Guerra Mundial ser uma realidade e um fator que trazia incerteza com relação ao futuro.
Mas diante da incerteza e dureza da vida nasceu o primeiro filho, Gilberto, trazendo esperança e certeza de um futuro melhor. Assim, sempre confiantes no Senhor alcançam muitas vitórias. No ano de 1943, com o pequeno Gilberto de 3 anos de idade, retornam para a cidade de Muqui, para juntos dos parentes e amigos, pois ali seria mais tranqüilo educar o pequeno Gilberto, o que numa cidade como o Rio de Janeiro não proporcionaria.
A família tem que crescer, por isso, depois de 8 anos nasceu mais um menino, Ercílio, que traz alegria ao lar.


Ali congregaram-se, para adorar e servir a Deus, na 1ª Igreja Presbiteriana, seu companheiro foi eleito presbítero da igreja e atuou com muito zelo e amor na obra do Senhor. Seu envolvimento os levou a organizar um novo trabalho próximo ao seu lar para cultuar a Deus, juntamente com o irmão Alt e o presbítero Itamar, e que hoje é a atual Igreja Presbiteriana Central. Não só neste trabalho ela dedicou-se, mas foi ainda presidenta da Sociedade Auxiliadora Feminina (SAF), agente da revista da SAF e desenvolveu seu dom da música como organista, entoando hinos de louvor e adoração a Deus nos cultos realizados.

Ler é um dos seus grandes e maiores prazer, por isso fica feliz quando pode ler e descobrir verdades e realidades diferentes através da leitura, principalmente com o seu livro favorito a Bíblia, que é lida, de Gênesis ao Apocalipse, uma vez por ano, todo o ano, e isto, sem deixar de ler ou menosprezar outros livros.

Nossa querida ‘filha do céu’, esposa, mãe, avó, bisavó e amiga completa seus 90 anos com muita gratidão e louvor em seu coração ao Deus Criador e Sustentador do universo, ao Autor da Fé, que habita no meio dos louvores e da música entoada com coração sincero e simples. E foi com o louvor através da música que a ‘filha do céu’ envolve-se com a música, com o som do céu. E esse amor pela música é transmitido aos seus filhos e netos. Mesmo com dificuldades desenvolve seu dom com dedicação em um teclado de papel, que quando “tocado” imaginava os sons que produzia, sons mudos aos ouvidos humanos, mais lindas melodias e harmonias aceitas por Deus diante do seu altar. Mas logo conseguiu comprar um harmônio e desenvolver-se ainda mais na música.


Seus filhos Gilberto e Ercílio e suas noras são a ‘herança do Senhor; são os frutos do ventre, são os seus galardões. São como flechas na mão do guerreiro’ (Salmo 127.3-4), são‘como rebentos da oliveira, á roda da tua mesa’ (Salmo 128.3).

Seus netos Gilberto Filho, Márcio, Sinara, Fabrício, Luciano e Polyana e os bisnetos Gabriela, Matheus e Isabela, louvam, hoje e sempre, ao Senhor, pela avó que é exemplo de piedade e dedicação a Deus.

E assim, todos nós estamos aqui hoje, seus filhos, noras, netos, bisnetos, parentes, amigos e irmãos na fé, juntos em festa, celebração e gratidão a Deus pela sua vida. Vida de testemunho, submissão e amor. Vida abundante na presença do Senhor.
O Senhor da glória, o Senhor de vitória e Senhor da história age na história dos seus amados, cuja misericórdia e fidelidade estão sempre presente.

Assim bendizemos ao Senhor, Deus de nossos pais. Louvamos ao Deus de nossos avôs. Com profunda e eterna gratidão em nossos corações. Juntamos as nossas vozes com o salmista que diz: ‘o justo florescera como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça’ (Salmo 92.12-15).
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5 dias após da comemoração dos seus 90 anos, a 'Filha do Céu' foi chamada ao lar celestial.
Seus irmãos Niza, João Batista e Ruth servem ao mesmo Deus que, com dedicação e amor, vivem para o louvor da Sua glória.
Sua mãe a instruiu, como os demais filhos Niza, João Batista e Ruth, na Palavra de Deus, nas orientações e princípios da Bíblia, sendo, assim, diariamente alimentada espiritualmente. Aos 19 anos, quando da organização da Igreja Presbiteriana em Mimoso do Sul – ES, ainda instalada na casa do seu tio Benício Bueno, aos 27 dias de agosto, inverno de 1932, a ‘filha do céu’ professa publicamente diante da igreja, do reverendo Trazilbo Figueiras, a sua fé no Deus que demonstra Seu grande amor na cruz do calvário por meio de Jesus Cristo em resgate dos seus. Reafirmando o ato do batismo realizado aos 22 dias de novembro, outono de 1921, na cidade de São Pedro de Itabapoana oficializada pelo reverendo Otávio de Souza.
Como toda moça de sua época, esmerou-se em aprender crochê, tricô, frivolitê, bordado dentre outros trabalhos manuais.

3 comentários:

elizabeth pinto disse...

Muito lindo Gilberto. Maravilhoso legado que ela deixou. Terminou a batalha da vida em vitoria.

Unknown disse...

Fiquei muito emocionada em ler a história desta mulher virtuosa que é um exemplo de vida para todos nós.DEUS ABENÇÕE minha querida irmã e toda família FARIA BUENO.

Leonardo Bueno disse...

Olá Gilberto, sou neto de Benício Bueno, filho de Lutero Bueno, que nasceu ainda em Mimoso do Sul.

Estou procurando informações sobre a família de minha avó, Irene Di Giorgio Bueno, você teria alguma informação? O nome de meu bisavô era Cezar Di Giorgio, mas não tenho mais informações além disto.

Grande abraço,

Leonardo Bueno